ou a tristeza de sermos somente verbos
Quantas garças pousadas sobre a corda que atraca o grande navio ao cais
e toda a possível destruição, que descansa nos canhões estirados ao gramado da beirada, ao lado da casa das onze janelas.
nem tão bela de tão perto, assim é a verdade.
um rosto só alcança a beleza plena quando é alvo de um universo.
castelos de palavras, foi o que erguemos baby. estes bem mais temerosos aos ventos que os castelos de cartas. e bastaria uma brisa singela que fosse para desconstruir o que antes foi demorado demais na construção.
construímos então nossa grande cidade de castelos dentro de um quarto sem corrente alguma de ar. nela o sol só entrava por réstias bipolares, e a única ventania tinha o poder limitado de suspiros e respirações.
e o vasto que é lá fora, trouxemos pro interior do que supomos ser o que somos. Uma vastidão que me permitiu o toque da palma das mãos ao seio, e da ponta dos dedos ao sexo.
agora...
assim...
mesmo nas praças, no deserto, no escuro terrível de uma cela, estamos separados de todo o resto, condenados por termos dividido, num só lugar e num só instante, desmentido todas as leis da física, aquilo que amamos daquilo que não tinhamos.
somos agora somente filhos dos verbos que dissemos, em tais instantes, um ao outro.
mas isso já é o bastante?
sim, se cada verbo realmente for mesmo segundo o que por aí dizem, um pedaço da carne impenetrável de Deus.
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