quarta-feira, 31 de março de 2010

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"é quase tão possível quanto um macaco provar que possui uma capacidade linguística como haver algures uma ilha onde há uma espécie de pássaros não voadores que espera que os seres humanos lhes ensinem a voar".

[Chomsky]

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segunda-feira, 29 de março de 2010

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quem é você que não se importa com o seu público, com aquele que veio buscar, entre as quincalharias suas, alguma coisa que preste e que o possa deixar num outro lugar?

você...
que ensaia quinze minutos antes da apresentação,

que fuma no palco,

que esfrega as mãos sujas nos panos. que come escondido, que não se preocupa com o figurino, que não pesquisa, que não trabalha.

quem é você que apenas se coloca diante de quem lhe procura supondo que nada importa além da pequeninice de artifícios urgentes?

quem é você que vive do passado?

é um artista?

onde está seu público que envelhece e morre aos poucos?

vejo tão pouca vida em sua platéia?

são mais parentes e amigos...

não chegou a hora de despertar de seu sonho?

não chegou a hora de criar vergonha na cara?

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“agora é que entendemos o seu vigor de pregar a criação de um novo universo; é que ele teme a chegada daquele que estreita o universo, aquele que organiza para si sua pequena casa, seu pequeno trabalho, sua pequena família, sua pequena saúde, e que, com um piscar de olhos, num gesto de apelo à convivência, gesto vulgar do astuto, o espertalhão, que ninguém passa para trás, a quem nada fará sair de seu pequeno nada, nos convida a ali afundarmos com ele”.

Pierre Héber-Suffrin a respeito de "also sprash... "

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gostaria mesmo é que durante uma peça teatral eu não precisasse de um tradutor de tentativas vocais.

gostaria de não me forçar desgraçadamente a compreender o que os atores dizem por suspeitar que isso, poder entender a articulação do que me dizem, é um direito meu,ora, é um modo essencial de compreender o texto.

gostaria que alguém da escola de teatro fizesse alguma coisa!

o que seria isso entre seus tantos conceitos científicos para a arte?

suprasseguimentos viciados?

idioletos?

vícios de fala?

socioletos?

incompetência?



o que estão dizendo?

o que estão cantando?

por que tal esqueleto duro de entonação?

pra que tanta movimentação e tanta quebra de foco?

e esse tom de quem está sempre em desespero ou lamentando até mesmo quando gargalha?

e essa tentativa frustrada de sempre fazer a fala cabocla parecer engraçada?


cruzes!

das ist nicht fantastische. das ist unfreulich. wie schade!

se falassem alemão, seria mais fácil entender as palavras que articulam?
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sexta-feira, 26 de março de 2010

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então seria como um convite, restam as reunificações do que só o ego e a usura separaram.

cá devo estar novamente no mar gigante da utopia. mar igual ao que me meti dia destes em que crenças ulteriores substituíram as ações mais práticas. no final a lição divina deve ter dado certo, pelo menos comigo: o talento não habita a vontade. não mesmo. resultado das vontades são resultados de heróicos esforços. mas se há talento e vontade... caramba, que mistura!



alcatéia tem sido, por desde sempre desde que lobos existem, um corpo só. nessa junção de corpos habitaria um mesmo espírito? mas há vários espíritos se há várias alcatéias. mas o que seria então a junção máxima delas?

posso arriscar uma resposta: DESEQUILÍBRIO.

No espetáculo seria preciso dizer: não saiam da luz, a não ser que esse SAIR da luz fosse na verdade um SE TORNAR ILUMINADO. mas, me digam. existia alguém fazendo isso? não, naquele caso, sair da luz era um ruído, uma desafinação.

é, meus caros. desafinação no caso de um espetáculo não é coisa somente captada por ouvidos.

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gesamtkustwerk. espetáculo, arte total, ao mesmo tempo, uma construção que se movimenta entre si e pra fora de si mesma.

não há arte soberana.

não há deuses totalmente soberanos. tudo então seria fruto de relações.

se você abre a boca pra dizer uma coisa dessas, meu amigo.... meu amigo. é melhor vestir uma camiseta onde se escreve: TOLO.

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continuo dizendo que um espaço onde a arte se mostra é um solo sagrado, um locus onde arde a sarça. respeite os solos sagrados, tire dos pés suas sandálias imundas, sinta na palma dos pés o resultado de milhares de anos. se agir contra isso, não haja somente vestido com sua pequena vaidade e sua risível fama, haja com a grandeza que deve possuir suas atitudes. veja quem você é, veja como se movimenta carregando o que não possui, como um repórter da américa latina que tenta imitar um âncora europeu, totalmente despossuído de sua própria carne e de seu próprio espírito crítico.(um trocadilho não infame).

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lembre dos que morreram defendendo o que aqui se constrói. lembre dos que enlouqueceram pela tortura da ditadura. ah, naqueles tempos eles tinham o que defender. mas onde estão os de outrora? recebendo os frutos de sua pecha? recebendo e dividindo o resultado da elitização de seu discurso?

onde está aquilo tudo?
ô maldito passado petrificado. ô pintura no halll dos castelos de poucos!


o nazareno perdeu a paciência e espulsou os vendilhões do templo com uma corda à guisa de chicote. BRAVO, LE CLOWN! uma de suas mais corajosas atitudes. quase uma atitude divina. mas a atitude de um verdadeiro messias, humano em demasia, impaciente, tempestuoso. BRAVO!

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por causa disso veio a Gólgota. e que bela produção para o espetáculo!

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e qual seria a manifestação primeira e mais importante de uma arte?

ora, meu caro. a mesma mão que manipula as cordas de um alaúde, poderia manipular os fios de um títere, ou amassaria um naco de argila, ou lambuzaria uma tela.

não confunda o meio com o que é total em sua existência.


lembre: a música surgiu do silêncio.

no início era quietude. e na quietude tudo habitava, assim como o gárgula, no seu antes, habitava o bloco de bronze.

certa vez alguém se admirou por ter conseguido imitar a natureza. por isso de tornou quase divino pois entendia a voz de deus. sibilava, sibilava.... ele tirava do todo, a parte.

era assim e ainda o é.

os anseios humanos não carecem de distração artística.

distração é o que andam procurando para o SE VIRA NOS TRINTA.

não quremos distração nos nossos palcos.

QUEREMOS O QUE QUEREMOS.

por isso, cale-se, moço prestidigitador. cale-se e busque transformar vidas. honre seu dom divino.

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certa vez ouvi um bom artista dizer que nossas escolas públicas estão cheias de pequenas putas e pivetes, que seria perda de tempo querer tentar lhes dar algo.

certa vez, alguém em quem eu acreditava, desistiu de levar a luz a quem precisava de luz. julgou melhor se dedicar a abastecer as minorias, aos que conseguiram acesso. assim, trinta ou mais jovens, cheios de anseios, deixaram de fazer parte dos escritos.

perder a fé é deixar de acreditar naquilo em que se acreditava. e é insuportável se anexar ao que consideramos um embuste, uma mentira.

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o resultado da falta de compromisso com o dom transformador que rege o espírito da arte acabou gerando as APARELHAGENS.


a necessidade veio num formato exagerado, gritando pelas ruas em CARROS-SOM. mas ela, a magestosa necessidade dos vermes está ali, esperando o surgimento de espíritos pequenos, apegados e viciados.

mas onde está a necessidade dos que necesitam. ah, lembrei, como disse nosso pequeno bom artista; habita as putas e pivetes que nada querem aprender. não é uma necessidade, ou anseio que gere frutos tão belos como aqueles que a grana de um GIG pode comprar, como scarpins de salto agulha, ou tecnologias maquiavélicas.


ó céus!
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o convite prossegue.


e ressurge sempre que a cortina se fecha e nada fica do que você fez ali sobre o palco.

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terça-feira, 16 de março de 2010

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depois do espetáculo o produtor musical gritava:

"vocês estão aqui para nos servir!

vocês não são nada!

chegaram aqui ontem!

vocês não são nada!"

bem. ele estava onde não deveria estar. mas ele não sabe ainda disso, vai precisar de mais umas tres encarnações para aprender. por enquanto ainda acredita que basta seu dinhero, suas milhagens e sua empafia para se supor alguma coisa que valha alguma coisa.

mas vamos ajudá-lo, afinal de contas somos educados em famílias cristãs.

caro amigo. haja o que houver, não mostre quem você é, mesmo que provocado. fica menos feio.

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esse comportamento chulo utilizado por estes artistas daqui - principalmente os músicos - se não tiver seus dias acabados depois destes movimentos, pelo menos será visto como tal, ou seja, como comportamento de picareta.

se há uma coisa que não mente é o palco. ah senhores! o palco mostra a verdade, mostra sim.

o mais grandioso num espetáculo muitas vezes - na maior parte das vezes- são suas pretensiosidades. não pode haver melhor comédia que a doce insistência delas.

quando desaparece a pretensão o que resta além do que resta é aquilo que realmente é.

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digo:

nos bastidores do Schiva se pensa sobre teatro.

acredito que não poderia haver nada mais mínimo para quem trabalha num teatro.

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palhaços trovadores. rárárá!

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bem. esqueci muitodo que eu iria postar.
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quinta-feira, 11 de março de 2010

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pontualidade .

Lucinha Bastos.

pontualidade. muito bem.


(pena que no dia seguinte ela se atrasou. mas vamos continuar torcendo)
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domingo, 7 de março de 2010

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GESAMTKUNSTWERK

artista que disso nada sabe, nada sabe de ser artista...


rs.

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