quinta-feira, 29 de abril de 2010

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sim. tenho paixão pela margem do rio. tenho paixão pela imagem que de lá se estende diante de mim.

diante da casa das onze janelas pouco se pode ver do que é profundo.

e é só vez ou outra que a calda de algum mamífero se revela entre as águas.


estou começando a desconfiar:


estar livre é estar só.

que diabos. então isso é impossível enquanto se está vivo.

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quinta-feira, 22 de abril de 2010

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busca-se um sentido para a palavra ESGAR.

e esgar não no sentido de posse. cada indivíduo com seu esgar a atravessar todo dia um carnaval diferente.

se conseguirmos dominar o uso disso, domina-se a terra.

um bufo bom é o que torna risonho o rei entediado.

com o domínio de seu esgar, uma fisionomia poderia asumir qualquer face.


assim a liberdade da face seria um elemento primordial para o jogo.

e esgarnecer a face teria seu tempo de prelado.
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bravo ao cinema alemão. a língua rígida não compromete a delicadeza da película. Sehr spitze!

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tenho notícias de que a criança está mesmo comos olhos claros, azuis, cristalinos. os irmãos da tribo não perceberam de início, nem se deram conta. deram-lhe o nome de Esbirrana, como a que deixa de ser aquilo que sempre fora. nasceu com a pele como a pele dos outros, mas com o passar dos anos foi adquirindo gestos europeus. a língua começou a enrolar...Esbirrana já não queria ser chamada assim. ontem da esquina ouvi o grito por um nome. Catarina!

catarina!


catarina!

vi aos saltos surgir uma mocinha. bela. ombros redondos,quadris largos, lábios rosados...

catarina quase me converteu a chamá-la assim.

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terça-feira, 20 de abril de 2010

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Fiquei observando aquele garoto.

hoje decidi escrever algo sobre sua metamorfose.


de mestiço a totalmente branco.

um bom recomeço.

sinal que pouso em outros terrenos.
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quarta-feira, 14 de abril de 2010

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loucura é algo bem próximo do comum...

adquire traços humanos. doentios e silenciosos.

demônio... se não for assustador acaba parecendo muito engraçado. e foi com risos que eu a moça da cenotecnia ficamos lendo aquele email. lemos e relemos. vou mostrar pra Rúbia, pensei. caramba, eu deveria publicar isso aqui, tive lampejos de pequenas maldades. não. seria muita sacanagem. sacanagem? ora sacanagem... esse povo não respeita nem a si mesmo. são cascas ornadas, espécie de cágado banhado em ouro subindo num poste.

ficamos rindo, rindo de tempos em tempos, quando a lembrança vinha. ficávamos pensando que outras interpretações poderiam surgir: "e se esse cara for uma mulher, ou um menino aprendiz?"...

(devo dizer que depois de um tempo sentimos tristeza).

muita gente me indaga o motivo do afastamento brusco. eu julgara inspiradora a aproximação. a criatura fingia, naquele tempo, muito bem? fingia uma crença até mesmo em valores ideias difíceis de medir? sobrehumanos fingia muito bem...

depois de um tempo senti um forte odor de afetamento. igual quando tu estás perto de merda acumulada.

fossas nasais são portões cegos.

tendo então certeza da doença acabei quase tão doente quanto.

nas bancas de jornal há capas que mostram a psicopatia. como isso se manifesta?

para que saber disso?

dei uma cusparada na vala. cocei mi saco enquanto mijava...

e fiquei pensando: que merda, cara...

que merda.

puta que pariu...

só conseguia expressar meus pensamentos através de palavrões.

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sexta-feira, 9 de abril de 2010

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o que mesmo quis dizer com "bom de verdade?"

depois de velho há mesmo essa tendência a buscar a justificativa dos ideais?

deixo-me a indagativa.
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segunda-feira, 5 de abril de 2010

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BRASILEIRAMENTE ÁRABES

O que me causou boas sensações foram as latas que carregavam às costas. lembraram-me aquelas dos vendedores de CAVACO CHINÊS. e também foi muito boa a recepção do resultado visual dos artefatos, iluminados docilmente com LEDs (é assim que se escreve ?), que a barqueira carregava gritando: 'troquem seus nomes...". os tons, tranquilizantes, apesar de proporcionarem um ambiente mágico, pediam algum odor, alguma textura ainda mais distante, que o texto não conseguia abrigar por quem sabe, em alguns momento se tornar didático demasiado. O espetáculo causou-me uma sensação de que algo não estava mesmo completo, e isso foi se mantendo até o final. Nada de êxtase ou magestosidade, simplemente acabou sem muito aviso ou espera.

o aproveitamento visual dos elementos me foi muito singelo, na medida adequada. e o figurino...
fantástico!

mas continuo insistindo na questão TEXTO DADO.

temos que bater ainda mais nisso até que fique bom de verdade.


nada de comiseração. apenas a veracidade das sensações postas.


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