terça-feira, 13 de maio de 2014

AS DUAS ILHAS


Havia há tempos atrás
O amor criador e suas ilhas

Havia tempos atrás
O amor, o criador e duas ilhas

Uma delas ele fez exuberante
Flores, frutos, amantes
E uma mulher
Que silenciosamente
Se deixava ir além do horizonte
A acreditar que numa outra ilha
Restava um só sobrevivente
Que esperava
Um milagre
O milagre
Do seu grande amor

Marília não há outra ilha 
Só há sua ilha no mar
Mar, ilha, Marília!
Marília não há outra ilha
Só há sua ilha
Mar e ilha,
Maríla!


(Renato Torres e San Rodrigues, primeira canção para o alaudista, prólogo ao primeiro ato)




ILIA




No primeiro veleiro que existiu
O primeiro homem que partiu...

Pro mar

No primeiro veleiro que zarpou
O primeiro homem que se deslumbrou...

Com o mar

No primeiro veleiro que naufragou
O primeiro homem que mergulhou...

No mar

No primeiro veleiro  que morreu
O primeiro homem que sobreviveu...

Ao mar


O primeiro veleiro que virou estória
de partidas, esperas, mar e ilha
Descansa agora no azul profundo
Do grande mar em torno de Marília

No primeiro veleiro que existiu
No primeiro veleiro que zarpou
O primeiro homem que partiu
O primeiro que ficou


(Duas Ilhas, segunda canção, terceiro ato)