sábado, 8 de dezembro de 2012

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No caminho encontrei um cartaz pregado a uma árvore. A rua estava molhada com a noite chuvosa e eu podia ver refletidos na superfície do asfalto os lumes da noite da cidade. Senti-me nas páginas de "o lobo da estepe", isso deu-me uma certa nostalgia. Ainda faltava muito tempo até que as horas caíssem e chegasse o instante em que eu estivesse perto dos perfumes de Lola.

O cartaz impelia-me a entrar. era um prédio velho com uma grande porta escarlate. Não havia ninguém que me recebesse; visualizei um buraco na parede e por ele enfiei o dinheiro e recebi de volta um papel pequeno. dei mais alguns passos e cheguei até um homem atarracado e sonolento que rasgou o papel e abriu uma porta, quase invisível a mim, que levava a uma ampla sala escura. Senti um certo arrependimento de entrar naquela merda com cheiro de mofo. Mas ali eu poderia tirar um pouco de sono enquanto pensava no que dizer como sendo minhas primeiras palavras à Lola.

 A sala estava fria.

Mal sinal. a sala estava muito fria.

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