quarta-feira, 19 de outubro de 2011

PREFÁCIO DE QUALQUER COISA - 6

Fonoduadiadengo.

Era assim que me chamavam, na ordem: Fonoduadiadengo, filho de Esbiçarba e neto de acabotuçuriari.
Nomes velozes e tão bonitos. Bons de chamar.

Fonuduadiadengo
Fonoduadiadengo

Filho de Esbiçarba e neto de acabotuçuriari.

Essas eram as palavras que surgiam diante de mim... como em átomos de som...  quando eu conseguia  entrar na mesma vibração...   emanada daquele  pedaço de universo, que cabia todo, dentro da moldura de uma janela...  eram essas as palavras que vinham de dentro de mim.

Fonoduadiadengo, por causa de sua sonoridade, era o nome que mais prazer me dava em pronunciar. É claro que me daria mais prazer em pronunciá-lo...  aquele era meu verdadeiro nome. Aquele era o nome da energia que habitava o meu corpo e a minha mente. Esse é meu nome verdadeiro: fonoduadiadengo.  Foi o próprio criador quem me nomeou assim.  Foi aquele que é o início e o fim de tudo, que escolheu para mim este nome. Entendam a doçura dessa verdade. Foi o criador que escolheu este nome.

Meu nome aqui neste mundo? É um nome que também me soa bem. Mas é  dado pelas mentes em carne móvel. São mentes feitas com emaranhados cinzas, carbônicos, que por ação direta da luz prismatizada do astro sol, produzem cor, e se manifestam no que os humanos entendem como cores da vida. Certifico que isso é para mim, um milagre. Essas partículas  possuem a capacidade de se metamorfosear em inúmeras coisas, num processo contínuo e ininterrupto de conbinações e recombinações.

 Aqui, neste lugar, eles tomam a forma do que a carne móvel, por exemlo,   entende como um peixe, ou como   o mar, ou e  até mesmo o céu, ou um mamífero em movimento.

O mundo é como as carnes móveis o enxergam.

 Enxergar, é escolher uma interpretação para qualquer coisa  que se entenda como sendo as outras coisas além dele mesmo.

Enxergar é o mesmo que ver o criador e senti-lo se manifestar através das palavras e das coisas. Enxergar, na verdade, é parte de algo muito maior, que se chama de Sentir. Essas combinações acontecem num universo muito menor do que as mentes humanas poderiam supor. Mas para que aquilo que eu diga seja entendido, uso o exemplo simplório de uma piscina de pó absurdamente fino, onde se mergulha  a ponto de submergir  e nunca,  nunca, jamais deixar de sumergir. E isso acontece  a ponto de , com o tempo, não mais se saber  definir  se o corpo  flutua ou afunda, se sobe ou desce ou se simplesmente vamos em corrente sem fim devido a imensidão da profundidade da piscina.

 A mente do criador é assim .Ele é assim. Nós, carne, não carne, corpo, não corpo, manifestações entre a luz e o pó. Recombinadas pelas sensações do criador.



Essas sensações, na mente do que as sente, vão ganhando nomes primordiais, que surgem durante o ato da criação dentro da mente do criador, ou, dentro do criado, no criador, sendo ele.

E o nome dado a mim, pelo criador é  fonoduadiadengo.

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