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Depois destes seis anos de escritos na rede, encerra-se aqui meu ciclo de navegação. Deixo aqui parte de minha carne, parte de minha vida, dores e alegrias. Marcas minhas nessas paredes de luz, onde vivi intensamente tudo o que vivi.
Aos olhos de kleine Frau, Minzy, Tempovazioral, Kleine belleine e Katablemata, foram os lugares onde imprimi minhas profecias, que me guiaram e guiam por todos estes dias.
Talvez eu esteja envelhecendo, tendo surtos de ânsia por silêncio...
Talvez seja hora de silenciar.
Talvez eu deva me calar para os olhos que me escutam, pois o velho carrossel precisa parar de girar.
Os escritos ficam como prova e testemunho do que vivi e senti aos que junto comigo viveram. Uma luz de verdades quem sabe eternizadas, envoltas de enigmas, um sinal de que essas verdades que me guiaram tinham sua alma divina e tiveram sua beleza estampada no tempo.
Vivi, amei e morri ao lado dos personagens que agora deixo ao tempo.
Agora isso tudo vira um templo do que fui, lugar que visitarei quem sabe muito velho, talvez com uma saudade imensa de meus amores verdadeiros.
"Lembranças realmente doem. Reviver é sempre assim, como massagear um baque antigo que não se curou de fato.
Devo terminar aqui minhas memórias. A mão na escrita já treme demais e sei que ainda hoje, aquela que nasceu comigo virá me visitar. Muitas vezes chamei-lhe de amante, outras de mãe ou irmã. Hoje ela será minha filha, e nestes últimos dias dei-lhe o nome de Maricéu. Ela finalmente me levará em si para o sossego. Navegante solitária que é de um grande barco em velas, ela não só me trouxe o vento como nele mesmo e por ele navega.
Ela vai me procurar no lugar que construí a ela. E tudo enfim será essa dúvida eterna e maravilhosa que indaga quem fomos, onde estamos, quem somos agora e o que porventura seremos. E onde estaremos?
Guardo somente em mim estes últimos verbos. Como quem guarda o segredo cósmico que a tudo desvela. Antevejo a nau de Maricéu, aquela que vem me buscar".
Adeus.
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