sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O APRENDIZ DA ROTINA 4

.
.
.
.
.

PELO COLAR DE MUSA

densidade é um líquido de demasiado amargor. retarda o que de pronto se deseja dizer. 
 
observei   a língua a lamber as sobras do beijo. estive muito perto de cair em tentação. sem poder evitar, a caça não pode retardar a fome e por estar faminta se entrega ao predador. mas não é essa queda nas garras alheias uma outra miSsão de quem aqui assume o risco de estar vivo?
 
temos uma desordenada pressa de quem se constata a evaporar. como se um lago todo evaporasse. como se no céu  se pudesse vislumbrar a existência não de nuvens, mas de oceanos imensos que flutuam sobre nossas cabeças...
 
esses pensamentos me fazem um sentir pequeno. e o que somente por agora me recupera  estribiliques, descobri isso hoje, é o que de música  provém de ti. é em ti que reencontro a nave mãe dos meus solfejos, é de ti  ao que me parece que eles brotam desde que sou entendido como gente.
 
e essa tentativa de tentar te absorver através de minha respiração é o que em desesperado fulgor me resta ainda de menino. levo partículas tuas para meu pulmões.
 
e assim me resta estre tempo de ares melhores.
 
 
e eu respiro.
 
respiro.
.
.
.
.
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário