-Não precisa pedir perdão nenhum - ela disse encostada ainda ao portão. A cadela latiu e em seguida mostrou-se tão contente que eu jurava que ela estivesse rindo. -O marinheiro que cruza o mundo precisa estar com todos os nós das âncoras desatados.
-Quando você saiu?- Perguntei ainda na mesma posição, com uma caixa de papelão no colo ao centro do pequeno gramado. -Devia ter me avisado.
-Se eu tivesse lhe avisado, você passaria os dias planejando coisas pra me dizer.
-E o que quer que eu diga?
-"Entre", seria um bom começo.
Tiver que rir.
-Entre. Ela não vai lhe morder.
A cadela passou a saltar e se enroscar pelo chão tomada por uma felicidade que parecia ser maior que a minha. Só parecia.
Naquele mesmo instante, todo o jardim foi tomado por um outro perfume.
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