sábado, 17 de setembro de 2011

O COMETA VERDEJANTE

disseram que ele passou antes da aurora. flamejou sua luz verde pelas frestas da má janela mal fechada.
ela, despertou a andar em círculos marrons pela casa, a abrir as geladeiras, a buscar doçuras e cremes, a buscar água gelada, ansiosa por calmejar o calor da marugada.

ela buscou a altura das telhas e por lá viu na réstia o tamanho da luz lá de fora, numa madrugada que tudo olhava, numa madrugada que seria o instante exato para a fuga cósmica de seu dom.

mas houve o medo de acordar os outros, que dormiam num sono tão pesado que mal sabiam que dormiam.

foi quando veio o sol

e dessa vez o sol não veio como salvador pois que ofuscou a luz do astro raro.


quando a manhã-cedo germinou


era tarde demais.

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