sábado, 5 de fevereiro de 2011

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mas e se um velho sentasse ao meu lado e se mostrasse a mim um justo entre a turba toda? todo o discurso antidivino poderia cair por terra, revelando assim minha dor de cotovelo com a fé alheia ao alheio...

ele se mostraria feliz com essa simplicidade de poder acreditar sim no improvável? ele nem daria a menor atenção ao meus anos intermináveis por respostas.

sua moral apesar de ser a moral do escravo seria ainda assim tenaz...


bem perto da morte e sem pensar na morte. eis o velho


desde estas horas da manhã a andar através da cidade... aposentado... viúvo... carrega uma bíblia nas axilas e parece contente através do dia dominical, vestindo um terno muito feio porém limpo demais


uma simplicidade encontrada nos cristãos mais insofismáveis.

talvez nem tudo seja um pandemônio mundano entre eles, digo eles como todos os muitos que não são como o tal velho. se um anjo corresse até aqui atrás de algum justo, qual justo seria possível ao Deus seletista?

o velho homem ainda se demorou um pouco até que desceu num ponto qualquer do centro da cidade. ele não tinha medo algum de morrer. e se foi caminhando lento até que se perdeu

e se surgisse alguém assim a cada hora?

em qual destas horas essa imagem venceria todas as indignações guardadas como relíquias?

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