sábado, 22 de janeiro de 2011

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"o jardim do inimigo me faz fazer uma pergunta: onde está o inimigo?

não quero o inimigo distante de mim. ele é parte das formas da forma que deram á minha superfície. o mal é uma parte doce da mente que prepara os botes e dissolve os arrependimentos. o mal levou a vasilha ao fôrno e esperou pacientemente a massa chegar ao ponto.

a beleza de seus movimentos utiliza outros corpos, outros ouvidos, outras bocas e outros olhos. assim ele está onde quer, vê o que quer, fala o que quer, ouve o que quer mesmo ao longe.

o demônio, já esse é o outro se esgueirando entre verdades antigas numa vigília constante daquilo que nunca pode alcançar. ele saliva e range os dentes cheio de desejos de fazer parte da dor de quem está muito distante.

quantos demõnios estão habitando o meu olhar e o olhar de meus amigos? Agora, exatamenteagora. ora, mas assim nada tenho de amigos. apenas diverte em cena a criatura ausente presente na fisionomia de quem está numa mesma sala, num mesmo locus. apenas diverte em cena a encenação malfeita, que revela a presença de outra alma entre os olhos de uma criatura meramente superficial, um corpo apenas, impressão última de uma construção psicológica. tudo assim se constrói em fragilidade nela a ponto de se deixar manipular por um outro demônio que não habita entre os seus.

e quem é o inimigo?

Lúcifer? o andrógeno?

ah, a ele o anjo mitológico decaído dou boas vindas sempre que acordo. e issoé estranhamente comum, pois o reconheço em muitos pastores de igrejas evangélicas e ele me pisca o olho. por isso é que ele Lúcifer, é admirado, pois é percebido muito mais nas atitudes destas criaturas que o seu oposto.

há muito mais de lúcifer em quem prega contra ele...

aprisionadores de almas repletos em sua própria alma aprisionada? não, estes pastores sabem mesmo o que estão fazendo. o pacto é concreto e inquebrável. amedrontem e arranquem disso o sustento para sua riqueza.

vê-los pregando entre as paredes do teatro me causa ânsia de vômito.

são como catacumbas repletas de difamação escritas nas paredes. isso se pode ler nas suas posses, na sua burguesia. na aparente e evidente felicidade mundana (e nãoconfundam felicidade mundana com felicidade pproveniente das coisas da terra).


almas pestilentas que amedrontam e aprisionam outras almas.


Na platéia de Jardim do inimigo havia uma criança assustada no colo de seu pai. a criança não parava de chorar...
(vinde a mim os pequenos ou deixem comigo que eu adoro assustar os pequenos?)


a criança não parava de chorar


foi a imagem da noite



não há igreja cristã que não seja o próprio mal. nisso habita toda história do ocidente.


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