terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

segunda edição

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teria mesmo eu que me esmerar a dizer o quanto em tempo à cenografia me tenho dedicado?

respondo simplesmente então: dois anos.

somente por dois anos.

e será que tenho feito cenografia de verdade? claro que não. nem mesmo sei se existe isso, cenografia verdadeira.

há muitas teorias sobre a cenografia. minha teoria é inexistente. não sigo coisa alguma por querer. o que posso fazer é descrever aqui os processos do atelier e tentar descrever os passos de cada constructo que sai das cabeças da equipe que compôe o EXPERIACTO (nome dessa egrégora teatral que funciona no atelier).

esta é a primeira publicação de uma segunda parte do KATABLEMATA. uma biografia menos poética que a primeira parte e miniaturizada, que pode não levar o leitor a lugar nenhum. sei lá qual o intento disso. agradeço a quantidade de visitas e, pela primeira vez sinto-me responsável por escrever a muitos.

mas não esperem que o punhal esteja menos afiado. meu alvo continua sendo a barriga da pachorrice artistica embusteira que está por aí. só que neste segundo ciclo, percebo-me com a pele ainda mais dura, como que protegendo um arsenal. nenhuma emoção menos atenta. nenhum sonho antigo. tudo já parece soterrado. o que resta então é construir um novo imaginário. este será mais positivo, menos decepcionado e mais construtivo. acreditem, a mentira não me atravanca mais. aprendi a sentir seu cheiro a léguas de distância. que fique do outro lado tudo o que é pequeno-burguês, tudo o que é somente falácia, embuste e distração. traço uma linha e dela em diante o que me convém são as coisas mais simples, menos complicadas e por isso mais próximas de quem delas necessita.

é por não muito pensar que tudo acaba dando nos rumos menos desastrosos.

naturalidade seria um bom nome para o agir.

tenho experiências que me provaram que pensar muito te leva a passos ruins.

sou adepto da manufatura.

respeito os manufatureiros.

sou seguidor fiel das sensações. sou seguidor fiel de tudo o que é intuitivo. e sei lá o que é intuitivo.

viva os carpinteiros!

viva o meu pai. mestre marceneiro, que se pudesse ter sido seria um grande cenógrafo.

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