quinta-feira, 30 de junho de 2011

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como quem tenta agarrar a água. como quem fracassa com isso. como quem diz que palavras são somente palavras...

ela abriu a porta, entrou e se debruçou no sofá. tornou-se tão pensativa que se ninguém no mundo lhe dirigisse a palavra ficaria com isso em descanso e tranquilidade pelo dia inteirinho.

quando o carinha deitado no leito abriu os olhos ela o recebeu sem saber sorrir. há quem não saiba sorrir durante um espanto.

há muitos fios brancos aí...


nenhum sorriso. a vista depois de tanta analgesia não poderia decifrar o que, direito, os olhos viam.

a visita seria da alegria ou por conta do certificado de partida?

é que só com isso descobri alguma pista.

grande coisa, agora, tudo o que se cheira aqui me causa ânsia. nem o perfume que mais gostei na vida...

mas...

todos chegam a isso um dia... todos precisam ir embora, em boa hora.

nunca há essa boa hora. todas as crenças são máscaras, fantasias... quer saber? nada mesmo há a não ser aqui ... dentro dessa caixa de ossos.

se você descobriu por si mesmo isso, não me confesse nada disso, quero ainda um pouco da fé em tudo...

silêncio.

silencio...


observando seus cabelos posso notar o quanto cresceu.



quanto de mim há em seu semblante?



quanto de mim há em seu semblante?


é assim que ele sente o vácuo entre o seu corpo e o salto através da janela.

ela, por sua vez virou-se repentinamente e disse forçando a seriedade:

eu não acredito em vampiros.


já é um bom começo.

sim, é sim um bom começo.
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