sábado, 25 de junho de 2011

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é por te ter em amor

que nego aos gornes o trabalho da queda do pano

que a cena continue em conflito sem qualquer luz artificial...
se a casa do personagem é a memória
o castelo do ator tem a largura da boca da cena
o cenógrafo é o deus supremo a criar as imagens dos verbos sonoros.

te quis por perto sem corpo palpável, como quem assiste televisão às cinco
só o corpo falho estirado no sofá velho, furado
salivas escorrendo, lambuzando a fronha, decantando o tédio
e entre o não entendimento das propagandas uma fuga da mente em procura...
quem sabe pela ponta da língua úmida
e todas os planos feridos para mudar, minha cara,a cara do mundo.


urdimento
urda nossas almas. se ontem nada disso foi possível
que seja em outros tempos vindos, em duzentos anos pousados em nossas múmias
ou numa lenda que sussurre às crianças
que o maior sonho do impossível


é ser possível

tanto quanto mais impossível seja.

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