sábado, 6 de novembro de 2010

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(republico o que escrevi em 2009 para ser lido de um outro modo, através de uma outra recepção)

ÀS 07:46

SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO DE 2009

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não há como fugir ou se esconder?

ao longe eles se movimentam. uma manada de antílopes a toda velocidade
levam para o céu as nuvens de pó da savana.

contrária e muitas vezes se confundindo com a luz do sol ela caminha na mesma direção. posso ouví-la... passos firmes. posso ouví-la do mesmo modo.

antílopes a fugir das garras dos leões...


seu vestido é folhado
está de joelhos a brincar com meninas de pano

olhá-la é como sentir uma brisa me lavar a cara... como esses ventos que movimentam folhas secas nas calçadas... e parecem que correm de nós.

o corpo cheio de desejo seria um reflexo da alma. e eu que entendo bem de saudade...
devo também bem entender de desejos dos corpos, o mesmo desejo do púncaro ser xícara. um desejo de satisfazer o anseio de não sentir essa ausência.

cuido...

respiro o mesmo ar

retenho detalhes. decifro na silhueta das sombras na parede os movimentos de uma dança que precisa de música...

ou nem precisa de música.



estão mais perto. Antílopes em Antrofazia... buscam os restos da cidade para fugir das garras dos leões?

correm pra cá...

aqui não há mais caçadores. o que é belo aos olhos é o que está vivo.

o que é belo ao coração é o que nem se sabe se está vivo?

já eles chegam a pisar no que sobrou da cidade...


e quem sabe eu assistirei juntamente com a menina do balanço essas cenas de fome, fuga, vida e morte.

e vejam só.... cá estão a correr sobre as cinzas

linda imagem! A cidade vira uma nuvem e toma o céu.


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