terça-feira, 14 de setembro de 2010

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A BELA PSAPPHA

Estrabão a admirava e todos a denominavam de A Poetisa. a moça nascida em Ereso já fazia parte da vida pública aos 19 anos utilizando seu maior talento, a poesia. Não era considerada uma bela mulher. pequena demais, morena demais e com pouco vigor nas formas para as exigências estéticas correntes entre aqueles homens. mas ainda assim quem poderia estar diante de seus olhos sem que pela sua alma selvagem se enchesse de paixão?

dizem que sempre esteve apaixonada e suas palavras ardiam como fogo. dizem também que o jovem Alceu a amava. é certo que dela arderam os versos em constantinopla a mando dos homens que desde então dominavam os tronos. mas os deuses pela misericórdia pouparam a alma de sua poesia que em papel machê se revelou ao mundo dos subsolos de Oxirinco.


a posteridade do predador se vinga do legado. mas o espírito profundo de mulher subsiste na alma de todas as outras, assim revigoram-se, assim esperam o renascimento de suas mãos outrora cortadas.

"que todas as Suidas contenham teu nome. que todos os nomes contenham tua lira. que todas as mulheres contenham a essência de tua alma, vinda do fogo ancestral e da mais antiga força que nasceu desde o centro da terra"...

e que fales por mim finalmente:

" havemos de coroar-te, querida Safo, como o melhor dos poetas, pois ninguém como tu, e com tanta clareza, jamais soube vibrar a melodiosa lira"

rsrsrsrs... caramba.

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