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No bilhete havia um endereço e umas letras escritas de um
semianalfabeto:
“O velho pede
encostado na parede da igreja nova”.
Bem lembro ter escrito no capítulo anterior que os olhos do
menino João N estavam vermelhos. Porém, antes que se construam decifrações desnecessárias,
é preciso dizer que tal sintoma não se deu pela notícia dita pela mãe. João N era menino demais; porém, já se guardava
dentro dele um coração rude, talhado para sobreviver nas ruas sem essa piedade
costumeira nuns quantos. Seus olhos vermelhos estavam assim por conta
do vento anterior à chuva, que soprou no areal do largo redondo espalhando por ali poeira e o cheiro dos jasmineiros remexidos. Ele tinha
poucas lembranças do pai. Então não enxovalhemos esta narrativa com
sentimentalismos extravagantes demais.
Minhas costas voltaram a doer. Pelo menos por esta noite não
ouço as gemedeiras dos outros, está tranquilo aqui, com o cheiro do éter se dissipando em mim...
É incrível que eu possa até sentir o perfume dos jasmins do largo...
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