.
.
.
.
Libertei hoje o meu trabalho dessa sensações de busca.
meu olhar está voltado para a coisa que está sendo feita. não há energia que torne isso ruidoso. ainda bem que não.
como eu já disse: katablemata é um artifício cenográfico, feito para esconder cenas surpreendentes. katablematas se forem frágeis, podem ser facilmente derrubadas pelos ventos. no caso desta, seu defeito é a transparência do tecido usado, o qual revela que as melhores cenas estão posteriores ao ato no procênio.
reencontrei a viagem ao reencontrar uma janela pela qual me detive a olhar o mundo. no atelier se perde e se reencontra isso de viajar sempre. é como se tu estivesses num navio e esse navio fosse muito pouco, por dentro, parecido a um navio. com o passar das horas tu só relembras que estás a atravessar um oceano quando sem querer teu olhar encontra uma janela por onde se pode ver a imensidão do mar.
um cara vestido de branco me disse: "segundo me consta, não haverá tempestades". boa viagem! Uma me ouve com seus rubis nos olhos. Boa viagem! a pequena pirilampo se alegra na estação de embarque, ela, que já está se trnsformando em mulher. dessa vez não há pranto nem despedida. boa viagem. a moça dos meus dias divide comigo os momentos em que crio mundos, e essa cenografia é muito ampla e confeccionada em chumbo e papel.
pode-se virar essa página? disse um cara que estava ao meu lado e lia comigo ao mesmo tempo o jornal de espera. posso sim, eu disse. virei a página. ao longe um zumbido grave como o de um pesado besouro. o navio é uma cidade flutuante. penso em respirar de modo dramático, mas penso em também não respirar. eu ri nesse instante quando lembrei: dançar no mundo real é mais difícil. mas tudo é dança. atravessei o salao inteiro de minha mocidade. estendi as mãos e trouxe ao corpo um outro. naquela noite foi o exato ponto onde percebi um novo mesmo mundo depois de um longo giro.
os estilhaços de ânsia grudados ao reboco do cais estão sendo levados pela água?
a reposta talvez esteja com o timoneiro, mas ele tão pouco vive pelo cais.
.
.
.
.
.
pode-se virar essa página? disse um cara que estava ao meu lado e lia comigo ao mesmo tempo o jornal de espera. posso sim, eu disse. virei a página. ao longe um zumbido grave como o de um pesado besouro. o navio é uma cidade flutuante. penso em respirar de modo dramático, mas penso em também não respirar. eu ri nesse instante quando lembrei: dançar no mundo real é mais difícil. mas tudo é dança. atravessei o salao inteiro de minha mocidade. estendi as mãos e trouxe ao corpo um outro. naquela noite foi o exato ponto onde percebi um novo mesmo mundo depois de um longo giro.
os estilhaços de ânsia grudados ao reboco do cais estão sendo levados pela água?
a reposta talvez esteja com o timoneiro, mas ele tão pouco vive pelo cais.
.
.
.
.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário