A moça que carrega o novelo não entende os limites desse labirinto. há quem diga que seria melhor que o fio surgisse a ela mesma para que ela mesma fugisse de tudo.
Mas por algum motivo ela continua com a função única de apresentar a alguém a possibilidade da saída, continuando a estar tristemente presa.
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Aquela outra me distanciou da música. por ela, a distanciante, vejo todos os músicos agora. em muito, criaturas como entes ansiosos por fama e pelo reconhecimento de suas carambelas por um ciclo de eleitos.
que pena. já nem consigo me dedicar a encontrar o equilíbrio cósmico com o violino que tenho ao alcance. tudo parece sujo por nomes que deram a essas coisas que não cabem dentro de nome algum.
que vergonhoso isso de causar ânsia em outro. fazer com que que alguém que amava algo, passe a odiar esse mesmo algo. como o dono do carrossel que se diverte com os pequenos que se assustam diante das feias esculturas que ornam os paramentos do parque.
mas ainda assim, não odeio a música. odiável é sim a pasta engenhosa manipulada por estes dementes, que chega aos meus ouvidos não por meus desejos, mas por essa sina de estar sempre em potência de ser ouvinte de qualquer coisa.
odiáveis essas prostitutas de deus. odiáveis os prostíbulos onde vivem a se fingir santos. gente desonesta e volúvel a contaminar tudo por onde passam com palavras sacrosantas, rimas pobres, sarjas estampadas, sua pequena burguesia... sua falsa ansiedade de criação.
certa vez acreditei que do meio dessa lama pudesse surgir as mãos limpas que reconduziriam minha fé, como quem acredita que é do mundo de Sedna que a libertação surge sempre. mas desta lama nada poderia vir que não submetesse os anseios do ingênuo ao engano.
e assim eles continuam pelas coxias, a sujar tudo por onde passam. a entristecer a alegria antiga dos teatros. a vender sua alma ao diabo, ao cézar.
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sobre Ezinah busco uma saída. busco o novelo tateando no escuro.
dos carros ouço as vozes dos escolhidos e cada vez me dedico a me isolar nesse orgulho bobo ...
orgulho por não estar na fila...
de crescer horizontalmente.
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como quem busca resposta sobre o andar de bicicleta
como se nada se pudesse encontrar
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dou nome a todas essas novas personagens.
Ezinah é a que agora mais me faz o que me liberta.
Ezinah é o nome da princesa vermelha
que me leva onde quero.
Ezinah, a bicicleta.
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