segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

TANTA PRESSA

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Amei tanta pressa pelo caminho...
Amei tantas almas apressadas...
Amei tantos olhares nublados...
Amei tantos corações metalizados...
Amei tantos gestos ensaiados...
Amei tantas verdades obscuras nas mãos macias que afagam...

Essas mãos que te matam aos poucos enquanto te fazem sorrir e cochilar.

Alguém me disse que meu pedido de perdão era sem valor. Pensei em tudo o que não consigo perdoar e chorei. Perdoe-me por não saber perdoar. Alguém  inventou isso um dia e nas horas seguintes isso virou nuvem pra mim.

Um homem velho da porta do fim me pergunta: "Acaso vc não acha que tudo o que fez em sua vida foi uma fuga dessa necessidade impossível de resistir a saciar?"

Necessidade?

"Sim, meu menino, necessidade de perdoar... perdoar para continuar vivendo e errando".

Perdoar...

Tantas coisas dizem sobre isso...

nada no entanto ensina. 

Mas a velha senhora de minha vida, numa das madrugadas em que me deu colo me disse a palavra final:

"Perdão é continuar amando".

Amo a pressa que deixei pelo caminho...
Amo tantas almas ainda apressadas...
Amo o olhar nublado que me salva...
Amo o coração frio como ferro frio na madrugada

Mas não amo mais os gestos ensaiados
Nem consigo voltar a amar as verdades obscuras...



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