sexta-feira, 4 de abril de 2014
FLUXO
"Se o tempo corresse menos...
Todos os movimentos dela serão minha culpa. Sua vida, em início e fim, será minha culpa.
Se milagrosamente um fluxo de pensamentos se formasse nela, independente de mim, e se esses pensamentos me tomassem como prisão e inimigo...
seria tudo isso minha culpa.
Deitaria a mulher de porcelana sobra a bancada com todas essas arquiteturas na cabeça. Haverá um dia em que lhe sustentarei pelo fio da vida?
Será minha responsabilidade sua vida e morte. Os movimentos dela seguiriam os meus. Nada nela se faria sem que sua energia viesse de minha alma".
Nas rochas que cobrem a estéril ilha, o náufrago se deixa nesse fluxo de frases. Os pés tentando se manter ilesos sobre as rochas, os olhos a buscar no horizonte um motivo.
Marília é o receptáculo da vida que se esvai.
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